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Sobre emails e LFV
Published on January 5, 2004 By Alex Sladevicz In Books
Eu admito que confundo algumas coisas, e esse email me deixou realmente, como diriam os cariocas, 'bolado'.
Não creio que deva me penitenciar, tampouco ser penitenciado, por confundir Luis com Luiz.
Explico.
O texto chegou por email, um daqueles malditos fowards do qual achamos que estamos livres, ou do qual não seremos vítimas, quando inocentemente passamos nossos endereços eletrônicos a uma pessoa.
Falava, o texto, sobre o Verão, praia e peculiaridades afins muito vistas, e pouco percebidas, nesta época do ano. A primeira dúvida já me inquietou em relação ao título do email (o famoso subject) e o título do texto, que apresentavam diferenças na pontuação.
Ainda que engraçado - como quem? O texto, oras -, apresentava o olhar ácido de uma pessoa mal-humorada e, em algumas passagens, era um pouco vulgar. Contudo, admito, foi uma leitura fácil, correu retilínea e sem problemas. Mas ali, perto do final, eu olho pra baixo e vejo o nome do autor. Tava lá: Luiz Fernando Veríssimo.
Não.
Não pode ser. Ele não teria escrito isso.
"E, pera lá, o nome dele não é com zê", pensei. Eu teria corrido na hora pra internet, mas felizmente eu já estava nela, o que me poupou a dor na perna do dia seguinte. Uma rápida pesquisa e, sim, o nome do LFV é Luis, não Luiz.
(Uma dica: na dúvida, use um apelido da pessoa ou da coisa a que você se refere. Ou invente um. Logo, Luís Fernando Veríssimo, na dúvida sobre Luis ou Luiz, pode virar tanto "LFV" quanto "o criador da velhinha de Taubaté e do analista de Bagé")
Restava agora uma outra dúvida, esta originada na pesquisa internética. Muitos sites e blogs traziam o mesmo texto, todos com o LFV creditado no final. Havia, porém, algumas diferenças aqui ou ali, um palavrão substituído, uma vírgula corrigida, uma frase invertida (frases fora de ordem e não palavras fora de ordem ou escritas ao contrário, que fique bem claro). Meio confuso, acabei por me convencer que se tratava de um "hoax".

Lembro-me muito bem de quando li LFV pela primeira vez. Estava na sétima série e tinha uma redação por fazer de um lado e "A Velhinha de Taubaté" de outro. A redação não teve a menor chance, é claro. Não vou dizer que li tudo numa sentada. Aliás, li bem pouco. A primeira "historinha" me impressionou tanto que, empolgado, fui usar a mesma linha na minha redação. A tal historinha era mais ou menos uma entrevista. A pergunta vinha curta e direta, e a resposta, que não tinha nada a ver com a pergunta, era um devaneio hilário.
Naquela época, as crianças faziam redação e tinham que lê-la em voz alta, pra classe toda, durante a aula. Sempre desconfiei que isso era uma estratégia das professoras para matar o tempo e ganhar uma hora-aula no sossego. O tema da ocasião era algo como a pressão que jovens adolescentes sofrem por parte dos pais. Maravilha, né? A galera lendo aquelas baboseiras típicas de gente da sétima série e eu só imaginando o impacto que seria a leitura da minha, digamos, redação. Por sorte, tive tempo de escrever uma baboseira igual às que estavam sendo lidas e, na minha vez, passei desapercebido. Se não me engano, falei sobre um rapaz que se rebelava contra os pais, fugia de casa e acabava se matando. "Com um tiro no peito", lembro até hoje.

Sobre o email, eu resolvi iniciar o que eu chamei de spam reverso. Não seria maravilhoso se todos esses chatos, que nos mandam spams através de programas "brilhantes" que parecem metralhadoras de email, recebessem tantos emails quanto enviam? Mas, claro, fiz a minha parte de fã indignado: falei sobre o Luis Fernando Veríssimo, falei que não era legal continuar essa fraude e ainda copiei/colei um texto recente do gauchão (que é a cara do Marco Maluf, do Concreteness, já repararam?).
Aqui, não vou copiar/colar, até por questões de direitos autorais e blablablá.
Mas vou passar o link de um conto bem bacana: "Grande Edgar", um dos prediletos do próprio LFV. Qual eu mandei? O "Clic".

Ah, sim. Por que eu resolvi que era mesmo um hoax? Oras, eu posso até confundir Luis com Luiz, mas confundir Luis Fernando Veríssimo com um amador é dose. E não é de uísque.
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